terça-feira, 7 de junho de 2011

Fome e curiosidade

Sabe aquela fome que bate de repente? Você abre a geladeira, os armários, os potinhos de sorvete cheios de feijão no congelador e, putz, nada disso é o que dá vontade de comer. Eis que surge lá no cantinho aquele pedacinho de queijo, meio tomate embrulhado em plástico filme e uma cebola que deve ter vindo junto com a geladeira. Aí você cheira, tudo parece meio estranho - mas ah, vou ferver tudo mesmo - e faz um molho incrível, assim do nada. Se inspira, usa o restinho do pacote de orégano e aquele caldo de legumes que ficou ali desde que seus amigos vieram cozinhar um prato suspeito e voilá: a comida da curiosidade!

Minha teoria é que esse sentimento, conhecido mundialmente como larica da porr@, fez o homem descobrir as comidas. Maçã, morango, uva, é mole. Imagine homem das cavernas faminto encontrando uma frutinha vermelha com cheiro doce. Mas e a cebola? Quem foi o primeiro lariquento que foi lá, arrancou a cebola e NHAC, mordeu como se fosse a maçã de eva? E o abacaxi, com a casca mais espinhenta do mundo? Tem ainda o côco, cheio de água, numa árvore alta, difícil de abrir. Pior: o infeliz que pegou a pimenta e pensou "legal, isso faz arder a língua!"

Vamos passar pro nível 2: um belo dia estava lá um fazendeiro numa região do mundo à sua escolha, fazendo ricota. Aí caiu algo na receita e pá, surgiu o gorgonzola! Ele cheirou aquele queijo mofado, com odor de coisa podre e, sabe-se lá por que, contrariando tudo que seus instintos diziam, comeu. Passou embaixo da mesa fazendo mmmmmmmmmmmmmmm e é por isso que hoje você paga 40 reais pelo quilo do queijo mofado.

Fico me perguntando onde mais a curiosidade humana já meteu a mão.

Um comentário:

  1. "História da Culinária I", no curso de Gastronomia mais perto de você.

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