segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

SAC

Irritada com a demora em receber a revista assinada pela famiglia, ligo pro SAC.
Espera, informo CPF do pai, endereço, CNPJ, data de falecimento da bisavó, etc.
Sem resolver meu problema, a atendente insiste:
- Senhora, apenas o titular da assinatura pode fazer alterações.
- Mas eu sou autorizada por ele, acabei de te passar TODOS os dados.
- Infelizmente, senhora, apenas o titular.

Quero ligar lá e só desligar quando localizarem o sujeito que vendeu a assinatura da revista (ou o Civita, in persona).

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Das coisas urgentes pra aprender na Paraíba

1- Queijo é coalho. Os outros são chamados pelo nome: mussarella, prato, etc.
2- Gostar de coentro, que aqui é o tempero universal. O Jeffrey diz que se você comer algo que não gosta 8 vezes, vai passar a gostar. Estou perto do limite e começo a questionar o método. Ou feijão com coentro e carne com coentro são duas coisas diferentes? Deus. Aí danou-se.
3- Nomes e sabores de frutas. Cajá, Mangaba, Pinha, Umbu (pois é, umbu-cajá são duas frutas).
4- Comer caranguejo com o mínimo de eficiência.
5- Dormir na rede.
6- Entender a tábua das marés.
7- Um caminho mais curto para chegar no trabalho.
8- Onde fica o restaurante mexicano.
9- Como chegar de ônibus em lugares importantes (tipo o restaurante mexicano)
10- Falar "pronto"em vez de tá, então e similares. - CHECK!, ou melhor, PRONTO!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Contabilidade

Sabe como é. Até começar a ganhar dinheiro fui fazer biscate (epa!).
Tava trabalhando de garçonete num bar fino. Mas FINO!
Saldo:
- Panturrilhas definidas
- Marcas das tiras de havaiana
- Receita de caipirinha com frutas exóticas
- 35 reais de gorjeta
- 1 pedido etílico de casamento.

Ou seja, vou usar os pés calejados para levar as panturrilhas definidas até o mercado, gastar 35 reais em drinks e ser feliz pra sempre.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

sinais

Discussão com o namorado no portão de casa.
Escuto uma coisa que não gosto e abaixo a cabeça, pensando no que dizer.

E ficamos ali, naquele silêncio, até que um mendigo bêbado passa batucando na latinha de cerveja:
“Doooooooon’t let me doooown, doooooon’t let me dooooown. Nobodyévilóviulikeeeeesuuuuu, lalalaluuuuuu”

O mundo anda me mandando sinais.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

chororô

7 de janeiro
Eu saindo do trabalho 1 em direção ao trabalho 2 depois de ter almoçado em 20 minutos. Daí você soma o calor infernal, o trânsito caótico, e aquela subida na Brigadeiro Franco, quase esquina com a Manoel Ribas, local ideal pra você ver quem afinal sabe fazer uma rampa. Na dúvida, eu respondo. NINGUÉM.
Daí eu consigo finalmente entrar na porra da rua e tem um monte de homenzinho do Detran e um monte de cone na rua, que davam a entender que não dava pra andar nas 4 pistas, só nas 2 dos cantinhos. Amaldiçoo até a décima quinta geração dos guardinhas e sigo na fila. Agüento uma mulher tentando me vender um bolo de aparência duvidosa, uma senhora vendendo balas, taxista fazendo piadinha quando, lá pra frente, vejo uma criança vestida estranha e um cara com um vestido marrom e um baldinho de praia azul. Olho pro lado e vejo uma faixa enorme “Tradicional benção dos carros feita pelos freis capuchinhos”.
Respiro fundo e penso:
-Já to atrasada mesmo, vamos nos benzer.
Observo o processo: recebe a benção, contribui com dinheirinho, dá tchau. Massa.
Chega a minha vez.
-Oi, frei, boa tarde.
Olhando bem fundo ele pega a minha mão e começa a falar.
-Minha filha, que você tenha muita sabedoria, muita paz de espírito, muita calma...
E o frei ali falando e eu naquele nível de estresse que eu to e a galera ta ligada e daí, ta, eu começo a chorar. Tipo CHORAR, ali, segurando a mão do frei e pedindo pra que afinal eu consiga paz de espírito e sabedoria...
-...e que Deus abençoe este carro e todos os seus passageiros – soltando a minha mão e jogando água benta no carro – e amém.
A situação fica chata, porque o carro da minha frente ainda ta parado e eu to ali, semi chorando, e o frei ali, esperando.
Ele resolve quebrar o silêncio.
-Pra você ver, né, como esse povo ta estressado. Há uns minutos uma moça recebeu a benção, daí sei lá o que aconteceu com ela, ela foi lá e bateu no carro da frente. Assim, sem motivo. Benção funciona de um jeito diferente pra cada um, né?

É, Seu frei. É.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pequeno dicionário da carne paraibana

1- Picanha - todo e qualquer pedaço de carne que possa ser cortado de forma a ficar com uma capa de gordura de 1 cm.
2- Mal-passado - termo inexistente.
3- Ao ponto - bem passado.
4- Bem-passada - carne colocada no fogo brando até ficar com textura de fóssil.
5- Churrasco - espetinho.
6- Sal grosso - coisa de gente do sul.
7- Manteiga - gordura ideal para se aplicar sobre qualquer carne, especialmente as fósseis.
8- Suco da carne - efeito colateral do ato de assar. Não tirar a comida do fogo até que o sangue tenha desaparecido completamente.
9- Carne de charque - carne salgada, pode ser substituta do bacon.
10- Carne moída - tipo de carne que obrigatoriamente deve ser temperada com coentro.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Resoluções para 2011

a- ganhar mais dinheiro do que em 2010.
b- todas as alternativas anteriores.

2011

Meio tarde pra uma retrospectiva, mas o meu ano acabou em novembro. Já estou naquela parte do ano pós-carnaval, quando o que todo mundo quer é enfiar a cara no trabalho. Em 2010 eu parei com a paranoia de estar ficando velha. Aceitei o dado da OMS: a partir dos 24 anos a população é considerada adulta. Mas sou uma adulta bon-vivant.
2010 foi um ano irmão a 2000 na minha vida, anos de grandes mudanças, reflexos daquela decisão que tomei numa terça-feira as 4 da tarde, um na fila do banestado pra fazer vestibular. Uma grande mudança geográfica, quatro mudanças de emprego, apartamento, conforto, classe social, grupos de amigos que se recombinam. Bate-papo a rodo na mesa do bar, o que considero o meu habitat natural e de 90% das pessoas que gosto. Me percebi diferente de uns, mais perto de outros e feliz de poder ir de lá pra cá. Dizem que é coisa de libriano. Também não acredito em horóscopo desde que escrevi alguns há 10 anos.
Como em 2000, estou ansiosa, um tanto perdida, mil coisas pra fazer, a procrastinação em níveis absurdos. E o absurdo em níveis estratosféricos. Por enquanto estou aqui quieta, observando as mudanças, vendo as coisas passarem. Não vai durar muito. Pretendo entrar de qualquer jeito no próximo trem que passar, nem que pra isso precise derrubar metade do povo que está parado na porta. Chuto que 2011 vai ser um ano de perspectiva. Isso sim é inédito.