quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Epopeia marítima

A verdade é que eu e o mar nunca fomos amigos. Cresci em Toledo, há 650 km da praia (praia, quer dizer, do litoral do Paraná, pra chegar na praia mesmo dava mais uns 100km). A família só ia pro litoral a cada 2, 3 anos e era sempre um desespero. Não tenho muitas lembranças da praia em si, mas tenho várias do cheiro que a desidratação me fazia sentir em tudo. Tinha até alergia de areia e pavor de camarão, veja você.

A praia pra mim era assim: acorda cedo, toma café, carrega cadeira e guarda-sol, passa protetor, entra na água, sai do sol, almoça, dorme, carrega cadeira e guarda-sol, passa protetor, entra na água, volta pra casa com havaiana com areia (a parte que mais detesto), silêncio que vai começar o jornal nacional, acabou a novela, hora de dormir.

Depois que mudei pra Curitiba entendi o real significado de praia: dorme até cansar, toma caipirinha, carrega o isopor com cerveja e gelo, senta na canga, alguém trouxe protetor?, entra na água, toma uns caldos, come comida sem higiene, volta pra casa, toma banho, toma cerveja, toma engov...

Agora que to em João Pessoa (ainda sem emprego) a rotina é: acorda cedo, dorme na praia, passa protetor, toma caldo - do mar, toma caldo - de camarão, coloca o havaiana com arei.... OPS, PQP! ROUBARAM MEU HAVAIANA!

Um comentário: