terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O Solista

Detestei o filme. Acho que não merecia nem uma linha sequer, mas se você estiver sem fazer nada, vai aí a resenha.

Eu não tinha lá muita expectativa: qualquer blockbuster e uma pipoca média me fariam feliz. Mas aí o filme começa. Robert Downey Jr. é o estereótipo de um jornalista de uma redação do L.A Times que parece ter saído direto dos anos 60. Nem o Daily Planet do seriado do Superman era tão esquisito. Parece mais um arquivo morto que uma redação de jornal.

Lá pelas tantas ele encontra o músico maluco (O Jammie Fox tá virando especialista em músicos). Quando finalmente rola um flashback e você imagina que vamos sair do jornalismo estereotipado e quem sabe entrar em uma versão low budget de Ray, volta o Robert (que pelo jeito tem 6 meses pra escrever a coluna pro jornal). A parte boa é que jornalista merece se ver assim, sem o mínimo de pesquisa e cuidado pra ver como é bom mexer com a vida alheia.

Detalhe é que o músico é bem bem bem doido no começo do filme. Aí, subitamente, o cara fica são. Nem parece um esquizofrênico. Só no final é que ele fica louco novamente. Falta de coerência maluca. As tentativas de suspense psicológico/psicodélico vão do risível ao ridículo. Um minuto de luzes coloridas piscando na tela, totalmente desconectadas da linguagem do filme. E tem ainda o rolo do casamento falido, que a gente descobre só no meio do filme, e é desenrolado em 7 ou 8 linhas de diálogo fora da trama. Aliás, a capacidade de emocionar do diretor e da roteirista são nulas. E pra fechar com clichê, legendas com texto em off.

O Solista tenta ser um filme de jornalismo e esquizofrenia, um filme de crítica social, um drama, e fica no meio termo. Uma bela película pra entrar na categoria pato: canta, anda, nada e voa, mas não faz nada direito.

3 comentários:

  1. Olá
    Gostaria de justificar algumas críticas suas sem conhecimento algum do tema tratado no filme (A esquizofrenia).

    "Detalhe é que o músico é bem bem bem doido no começo do filme. Aí, subitamente, o cara fica são. Nem parece um esquizofrênico. Só no final é que ele fica louco novamente." A esquizofrenia foi muito bem tratada no filme, principalmente por esta sua colocação. O transtorno é realmente assim, as vezes a loucura aparece mais, outras não, depende muito da situação em que a pessoa está, no caso de Nathaniel, a amizade de Steve foi benéfica.
    "Um minuto de luzes coloridas piscando na tela, totalmente desconectadas da linguagem do filme." Isto se chama alucinações visuais, do tipo simples, presentes na esquizofrenia, ou seja, totalmente conectado a linguagem do filme.

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